segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ECLIPSE DA LUA E SOLSTÍCIO DE VERÃO. DOIS EVENTOS NO MESMO DIA.



No próximo dia 21 de dezembro teremos dois eventos astronômicos envolvendo Sol, Terra e Lua num mesmo dia. Tratam-se do Solstício de Verão (hemisfério sul) e o Eclipse Total da Lua. Considerando o Tempo Universal como referência de data, o meio do eclipse ocorrerá às 08:16 TU enquanto que o instante do Solstício de Verão será às 23:38 TU do dia 21 de dezembro. Embora sejam fenômenos corriqueiros, nem sempre existe a coincidência de ocorrerem na mesma data. A última vez que aconteceu um eclipse lunar no solstício de verão foi em 1991 quando a Lua ficou apenas 9% coberta pela sombra da Terra. Se buscarmos por outro eclipse lunar combinado com solstício de verão remontamos a 21 de dezembro de 1638, quando houve um eclipse total da Lua cujo meio ocorreu à 01:59 UT enquanto que o instante do solstício ocorreu às 16:04 UT. Uma próxima ocasião será somente em 2094 quando um eclipse total da Lua, visível em parte no Brasil, coincidirá com o solstício de verão no dia 21 de dezembro.

Notamos então que um eclipse total da Lua no mesmo dia do solstício de verão é raro.

Estará preparado para observá-lo?

Um eclipse na madrugada
O principal desafio para acompanhar este eclipse é que ele acontecerá durante a madrugada em todo o território nacional. É bem verdade que tal horário dificulta a realização de eventos de observação pública, porém o fato de ocorrer no mesmo dia do Solstício de Verão resulta num atrativo a mais.

As circunstâncias deste eclipse
A costa leste do Brasil acompanhará apenas a primeira parte do eclipse, pois a Lua irá se por no momento do meio da totalidade. Os estados do Amapá, Pará, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas (oriental) acompanharão até o fim da totalidade. Apenas os estados de Roraima, Acre e parte ocidental do Amazonas observarão até a saída da Lua na sombra.
Para os estados onde permanece o Horário da Costa Leste Brasileira (GMT-3), (Caso de nosso Rio Grande do Norte).

Entrada da Lua na penumbra (P1): 02:27
Entrada da Lua na sombra (U1): 03:32
Início da totalidade (U2): 04:40
Meio do eclipse : 05:16
Fim da totalidade (U3): 05:53
Saída da Lua na sombra (U4): 07:01
Saída da Lua na penumbra (P2): 08:06




SOBRE O SOLSTÍCIO
Na Astronomia do latim sol + sistere, que não se mexe) é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste atinge a maior declinação em longitude medida a partir da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em dezembro e em junho. O dia e hora exatos variam de um ano para outro, mas essa variação é pequena. Quando ocorre no verão, a duração do dia será a mais longa no período. Analogamente, quando ocorre no inverno, a duração da noite será mais longa no período.
No hemisfério sul o solstício de verão ocorre por volta do dia 21 de dezembro e o solstício de inverno por volta do dia 21 de junho. Estas datas marcam o início dessas respectivas estações do ano neste hemisfério. Já no hemisfério norte, o fenômeno é simétrico: o solstício de inverno ocorre em dezembro e o solstício de verão ocorre em junho. Os momentos exatos dos solstícios, que também marcam as mudanças de estação, são obtidos por cálculos de astronômicos.
Devido à órbita elíptica da Terra, as datas nas quais ocorrem os solstícios não dividem o ano em um número igual de dias. Isto ocorre porque quando a Terra está mais próxima do Sol (periélio) viaja mais velozmente do que quando está mais longe (afélio).
Os trópicos de Câncer e Capricórnio são definidos em função dos solstícios. No solstício de verão no hemisfério sul, os raios solares incidem perpendicularmente a Terra na linha do Trópico de Capricórnio. No solstício de inverno do hemisfério sul, ocorre à mesma coisa no Trópico de Câncer.


Antônio Araújo Sobrinho

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Raio

Um raio é um fenômeno em que para acontecer é preciso que existam cargas opostas entre uma nuvem e o chão, quando isso acontece, a atração é muito forte, então temos uma enorme descarga elétrica.

Existem três tipos de raios classificados pela sua origem, também menos comumente chamados descargas iônicas ou atmosféricas:

  • Da nuvem para o solo.
  • Do solo para a nuvem.
  • Entre nuvens.

A descarga ocorre no momento em que as cargas elétricas atingem energia suficiente para superar a rigidez elétrica do ar, de forma explosiva, luminosa e violenta.

O processo ainda não se encontra totalmente esclarecido, havendo controvérsias sobre seu mecanismo de formação, mas sabe-se que, na maioria dos casos, a descarga ocorre após uma concentração de cargas, no qual pode-se falar em centros de concentração, e prossegue em duas fases distintas:

  • Na primeira libertam-se da nuvem várias descargas menores a partir do ar ionizado, criando o precursor da descarga: uma corrente iônica tanto maior quanto mais se aproxima do solo, favorecendo assim o trajeto do raio em formação. O precursor pode ser predominantemente ascendente ou descendente, pois, depende da natureza dos íons que formam a nuvem iônica. Ao ocorrer de um precursor aproximar-se do outro centro de cargas, este induzirá uma formação de um precursor oposto.
  • Quando o precursor completa o contato entre os centros de cargas, ocorre no sentido inverso ao longo daquele trajeto uma corrente aniônica, ou catiônica, dependendo da carga. É esta segunda descarga que vemos e ouvimos, e que irá contribuir para equilibrar as cargas iônicas da nuvem e do solo.

É comum de ocorrer mais de uma descarga através de um mesmo canal, no qual o ar encontra-se parcialmente ionizado. Estas descargas subsequentes são usualmente mais fracas que a primeira descarga.

Em geral, as descargas verticais normalmente predominam na frente de uma tempestade, tomando-se por base o sentido de seu deslocamento.

Os raios horizontais se formam na parte de trás, também levando-se em conta o sentido de deslocamento das massas de ar. Estas estão sempre presentes em qualquer trovoada, e aquecem localmente o ar até temperaturas muito elevadas.

O aquecimento do ar causa a expansão explosiva dos gases atmosféricos ao longo da descarga, resultando numa violenta onda de choque (ou de pressão), composta de compressão e rarefacção, que interpretados como "trovão".

Uma tempestade (em algumas regiões, dá-se a nomenclatura "trovoada") típica produz três ou quatro descargas por minuto, em média.

Para-raios

Os para-raios protegem inteiramente os edifícios contra os raios. são barras de metal, de mais ou menos um metro de altura, que são colocadas nas partes mais altas dos edifícios, e ligadas à terra. Em vez de se colocar uma só barra, consegue-se uma proteção mais eficiente com várias barras colocadas mais ou menos a 4 metros uma da outra, todas ligadas à terra.

Quando uma nuvem eletrizada passa perto do para-raio, por indução aparece nele uma carga elétrica de sinal oposto ao da nuvem. Então a carga da nuvem é atraída, dá-se o raio entre a nuvem e o para-raio, e assim a carga da nuvem é escoada para a Terra (fig. 34).

A zona de proteção que o para-raios oferece é um círculo em torno do edifício de raio aproximadamente igual a duas vezes e meia a altura do edifício. Por exemplo, um edifício de 40 metros de altura oferece proteção dentro de um círculo ao seu redor de 100 metros de raio aproximadamente.

o edifício é protigido pelo para-raio

O leitor pode comprovar muito facilmente a eficiência do para-raio com a seguinte experiência. Em uma casa de brinquedo coloque um bico de Bunsen, de maneira que a sua ponta saia pelo telhado como se fosse uma chaminé. Acima do telhado coloque uma chapa metálica, ligada a um terminal de uma máquina eletrostática. Quando a máquina eletrostática funciona, a placa metálica se eletriza, e salta uma faísca da placa ao bico de Bunsen. Essa faísca acende o gás do bico de Bunsen, (fig. 35a). Depois adapte ao telhado da casa uma barra metálica (para-raio) em comunicação com uma torneira que, como sabemos, é ligada à terra. Agora a faísca saltará à barra metálica, e não mais ao bico de Bunsen, que não mais se acende (fig. 35-b).

eficiência do para_raio ligado ao fio terre

Em dias de tempestade, em uma casa não protegida por para-raios é muito perigoso ficar-se perto de lareiras e chaminés, porque são “captadores de raio”. Se, por desventura, o leitor um dia se encontrar em campo aberto em plena tempestade, lembre-se de que é mais garantido molhar-se muito do que ficar em baixo de árvores ou qualquer outra coisa que possa funcionar como um “para-raios” inoportuno.


Para saber mais...

http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/carga/raio_relampago/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Raio_%28meteorologia%29

http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol4/Num2/v4n2a03.pdf

terça-feira, 31 de agosto de 2010

ENERGIAS RENOVÁVEIS


As energias renováveis são fontes inesgotáveis de energia obtidas da Natureza que nos rodeia, como o Sol ou o Vento. Estas energias podem ser:
Energia Solar: A energia do Sol pode ser convertida em electricidade ou em calor, como por exemplo os painéis solares fotovoltaicos ou térmicos para aquecimento do ambiente ou de água;
Energia Eólica: A energia dos ventos que pode ser convertida em electricidade através de turbinas eólicas ou aerogeradores;
Energia Hídrica: A energia da água dos rios, das marés e das ondas que podem ser convertidas em energia eléctrica, como por exemplo as barragens;
Energia Geotérmica: A energia da terra pode ser convertida em calor para aquecimento do ambiente ou da água;
A integração de energias renováveis nos edifícios é um desafio para o qual o objetivo é conceber um edifício eficiente que permita a incorporação de um sistema que capte a energia e a transforme numa fonte de energia que seja útil para o edifício. Na realidade a colocação de, por exemplo, painéis solares na cobertura do edifício não é por si só uma medida eficiente de energia, pois se não tivermos em conta a eficiência do edifício esta pode nem ser suficiente para comportar a energia, por exemplo, da iluminação quanto mais do resto dos sistemas. Daí a importância da integração dos sistemas de energias renováveis em edifícios eficientemente energéticos que até esse ponto esgotaram todas as possíveis estratégias de design passivo na sua concepção ou que na sua reabilitação foram tidas em conta medidas de reabilitação energética e de eficiência energética.
Os incentivos à utilização de energias renováveis é o grande interesse que este assunto levantou nestes últimos anos deve-se principalmente à consciencialização da possível escassez dos recursos fósseis (como o petróleo) e da necessidade de redução das emissões de gases nocivos para a atmosfera, os GEE (Gases de efeito de estufa). Este interesse deve-se em parte aos objetivos da União Europeia, do Protocolo de Quioto e das preocupações com as alterações climáticas.
A utilização das energias renováveis, como por exemplo os painéis solares térmicos e fotovoltaicos, para a produção de calor e de energia eléctrica a partir do aproveitamento da energia solar, é uma forma para a qual Portugal dispõe de recursos de grande abundância, comparando a disponibilidade de horas de Sol por ano com outros países da União Europeia. No entanto, estes devem ser tidos como complementos à arquitectura dos edifícios que não devem descurar o aproveitamento de estratégias de design passivo, como o uso da orientação solar, da ventilação natural, da inércia térmica e do sombreamento, entre outras. Estas estratégias são uma solução bastante vantajosa devido ás condições climatéricas favoráveis para a obtenção de uma maior sustentabilidade nos edifícios em Portugal.
A promoção da Eficiência Energética e a utilização de energias renováveis em edifícios tem sido feita pela revisão e aplicação de Regulamentos, como o RCCTE e o RSECE, e pela aprovação da criação de um Sistema de Certificação Energética, visando a redução dos consumos de energia e correspondentes emissões de CO2. Pois o setor dos edifícios nos consumos médios anuais de energia em Portugal representam, de acordo com dados do início da década de 2000 da DGE, cerca de 22% do consumo em energia final do país, onde nas grandes cidades este número sobe para 36%. Estes números têm vindo a aumentar cerca de 3,7% no setor residencial e 7,1% no setor dos serviços.

Fonte: http://energiasrenováveis.com/

terça-feira, 13 de julho de 2010

O que foi o Ano Internacional da Astronomia - 2009 ?


O Ano Internacional da Astronomia em 2009 comemorou os 4 séculos desde as primeiras observações telescópicas do céu feitas por Galileu Galilei. Esta foi uma celebração global da Astronomia e suas contribuições para o conhecimento humano. Foi dado forte ênfase à educação, ao envolvimento do público e ao engajamento dos jovens na ciência, através de atividades locais, nacionais e globais.
A Astronomia é uma das ciências mais antigas e deu origem a campos inteiros da Física e da Matemática. Teve papel fundamental na organização do tempo e do espaço explorados pela humanidade. Forneceu as ferramentas conceituais para a astronáutica, para a análise espectral da luz, para a fusão nuclear, para a procura de partículas elementares. Os observatórios sempre estiveram na fronteira da óptica, da mecânica de precisão, da automação, da detecção e processamento de sinais. Hoje telescópios no solo e no espaço captam informações em todas as faixas do espectro eletromagnético, desde os raios-gama à ondas longas de rádio. Ela teve e tem profundo impacto no conhecimento e é uma das mais refinadas expressões do intelecto humano.
Há um século atrás, mal tínhamos idéia da existência de nossa própria Galáxia e hoje sabemos que existem centenas de bilhões delas no limite de visibilidade do Universo e revelamos sua desabalada carreira para todas as direções. Conseguimos medir com boa precisão a idade e a composição química do Universo. Descobrimos um verdadeiro “zoológico” de astros, variando entre densidades mais altas que a do núcleo atômico até mais baixas que o vácuo de laboratório e ambientes com temperaturas de bilhões de graus ao zero absoluto. O céu é um imenso e diversificado laboratório de Física. Mostramos que a vida na Terra está intimamente ligada às estrelas, através dos elementos químicos que elas produziram e da energia que fornecem.
Há poucas décadas, a Astronomia revelou que todas as formas de matéria e energia tratadas pela Física são apenas uma minúscula fração do Universo, dominado pela matéria e energia “escuras”. Não tínhamos meios de demonstrar que as outras estrelas constituem sistemas planetários como o nosso, e em poucos anos já catalogamos mais de 200 planetas extra-solares.
O interesse do público pelo espaço cósmico nunca foi maior, colocando as descobertas astronômicas na primeira página da mídia. O Ano Internacional se propões a satisfazer a demanda do público por informação e por envolvimento. Não só ao longo do ano de 2009, mas através da herança desta celebração, criando canais de comunicação, programas educacionais a longo prazo e engajando jovens na carreira científica.
A estrutura em rede, com “nós” locais, nacionais e globais permitirá compartilhar recursos e trocar experiências. Ela se tornará um portal onde público, educadores e pesquisadores encontrarão todos os recursos de Astronomia existentes. A definição de metas e objetivos e a avaliação dos resultados permitirão a criação de métodos eficientes de divulgação científica.

Fonte:http://www.astronomia2009.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=47:oqueeoiya2009&catid=25:introducao&Itemid=53


sábado, 10 de julho de 2010

Cometas: os astros travessos


Talvez eles sejam os astros mais misteriosos de todo o Sistema Solar – e também os mais traquinas. Não é seguro tentar prever suas condições de visibilidade e, às vezes, um espetáculo anunciado pode se transformar num grande fiasco. Também não é raro sermos pegos de surpresa por um cometa novo, recém-capturado pelo Sol, que se torna a coqueluche do momento entre os astrônomos.

Bem-vindo ao universo dos cometas. Em geral eles não são astros muito grandes. Em cada um deles há um núcleo rochoso irregular com uns poucos quilômetros de extensão. Uma “bola de gelo suja” com dióxido de carbono, metano, amônia, água e alguns minerais.

A coma (um substantivo feminino, que significa cabelo crescido, ou grande) dá a forma característica dos cometas.
A fraca gravidade torna fácil para os grãos de poeira escaparem de sua superfície. Assim, quando se aproximam do Sol, o calor e a radiação aquecem o núcleo gelado, fazendo surgir um manto de partículas e gases incandescentes, a coma.
Deformada, é da coma que irá se formar a peculiar cauda de poeira, estendendo-se por milhões de quilômetros no espaço, literalmente!

Caudas esvoaçantes
COMETAS PODEM TER VÁRIAS CAUDAS. Quando um cometa está longe do Sol e o núcleo congela, seu brilho é muito fraco e ele não pode ser observado sem instrumentos. Porém, quando a coma se desenvolve, o pó reflete muito mais luz, e o gás na coma absorve radiação ultravioleta do Sol e se torna fluorescente.

Basta que um cometa se aproxime o equivalente a quatro ou cinco vezes a distância da Terra ao Sol para que o fenômeno da fluorescência se torne predominante e supere a luz refletida.

À medida que ficam ainda mais perto, a pressão da radiação e do vento solar faz com que eles percam matéria, que jorra para o espaço em diferentes velocidades.

As partículas de pó com mais massa são aceleradas devagar, e tendem a se formar uma fila que acaba se encurvando no espaço. Mas parte do material é ionizado e, por ser muito menos volumoso, recebe um impulso tão grande que se estende quase em linha reta para longe do cometa, na direção oposta ao Sol. É a cauda de plasma.



O cometa West, de 1976, exibe suas caudas. A de cor azul é a cauda de plasma, retilínea e composta por gás ionizado, e a branca é a cauda de poeira, que se desfaz em trilhões de partículas microscópicas.


MUITO ALÉM DA ÓRBITA DE PLUTÃO há uma imensa região que lembra o Cinturão de Asteróides, aquele que fica entre Marte e Júpiter. Só que ali residem, silenciosamente, talvez uns 100 bilhões de astros pequenos, onde fragmentos de rocha e metal combinam-se com gases como o nitrogênio e o monóxido de carbono.

Congelados, esses núcleos escuros percorrem vagarosamente longas órbitas em torno de um Sol distante. Essa é uma região de fronteira. Por ali começa o meio interestelar, o reino dos outros sóis.

Uma pequena perturbação gravitacional é suficiente para lançar alguns deles definitivamente para longe - ou em direção ao Sol, num mergulho, algumas vezes, sem volta. É assim que eles acabam aparecendo em nosso céu, pois estamos bem perto do Sol e qualquer coisa brilhante que vá na direção do astro-rei acaba sendo vista daqui.

De sorte que esses astros escuros formam suas caudas luminosas justamente quando se aproximam do astro-rei. Por outro lado, essa sorte pode se transformar num prenúncio de catástrofe, na remota hipótese, porém plausível, de estarmos no caminho de um deles.
Quando morrem os príncipes
A OBSERVAÇÃO DE COMETAS É TÃO ANTIGA quanto o registro dos eclipses e funde-se com a própria história da humanidade. Na Antiguidade, era comum associá-los a maus presságios.

No ano 44 a.C., por ocasião da morte de César, um cometa brilhante visto em Roma foi acreditado como sendo o seu próprio fantasma! Bem mais recentemente, há 500 anos, logo depois que a frota comandada por Pedro Álvares Cabral partiu do Brasil em direção às Índias, um cometa de cauda comprida foi visto em pleno Atlântico Sul. Dias depois, um tufão afundou impiedosamente quatro naus e as que seguiram viagem encontrariam desafios terríveis.


Exageros à parte, cometas vistos a uma distância segura não trazem infortúnios, a não ser a tristeza para aqueles que perdem a ocasião ímpar de contemplá-los.

Mas que ninguém deseje ter estado na Terra no dia que um deles caiu sobre o Mar do Caribe, há 65 milhões de anos.

Naquela época nossos ancestrais eram mamíferos que tiveram a sorte de serem pequenos o bastante para resistir aos dias de escuridão, frio e pouca comida que se seguiram. Todos os outros seres vivos com mais de 15 kg não conseguiram sobreviver. À colisão desse astro se atribui a principal causa da extinção dos dinossauros.

Não há, contudo, motivo algum para pânico. Travessos, esses belos astros parecem se divertir apenas por nos fazer perscrutar os céus por horas a fio à sua procura.

Astrônomos amadores do mundo inteiro fazem constantes descobertas. Em seguida, pesquisadores muito bem aparelhados fazem estimativas sobre o seu brilho quando passarem mais perto de nós.

Depois, as caóticas ejeções de material de seus núcleos fazem questão de se comportar como querem: promovendo saltos aleatórios de brilho, fazendo-os sumir entre as estrelas mais fracas ou resplandecer com uma luz tão intensa, que podem até ser observados à luz do dia. Afinal, são cometas!

Fonte: http://www.zenite.nu/

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Planetas anões - Plutão


No final do século XIX já havia suspeitas de que haveria um planeta depois de Netuno e muitos pesquisadores estavam dispostos a encontrá-lo. Entre eles o astrônomo americano Percival Lowell (1855-1916) que construiu seu próprio observatório astronômico. Mas foi um de seus auxiliares, o jovem Clyde William Tombaugh (1906-1997), que em março de 1930 descobriu Plutão.

Seu único satélite, Caronte, foi descoberto somente em 1978. Até hoje, boa parte dos dados disponíveis sobre ambos são estimativas baseadas em observações. Sabe-se, por exemplo, que Plutão é menos denso que todos os planetas rochosos do Sistema Solar, embora mais denso que os gigantes gasosos.

Plutão gira em volta do Sol percorrendo uma órbita tão elíptica que por cerca de 20 a cada 248 anos de seu período orbital ele passa internamente à órbita de Netuno. A última vez que isso aconteceu foi de 1979 a janeiro de 1999.

Sua massa equivale a menos de 2% da massa da Lua. Plutão é menor e menos massivo que os quatro principais satélites de Júpiter (Io, Europa, Ganimedes e Calisto), que Titã (lua de Saturno) e também Tritão (de Urano). Mesmo assim ele era o maior e mais massivo objeto do Cinturão de Kuiper até a decoberta de Éris, em 2005, e continua sendo maior que qualquer asteróide do Cinturão Principal.

Composição e atmosfera
SEGUNDO O MODELO PROPOSTO, baseado nos valores medidos de densidade, raio e período de rotação e ainda levando em conta as substâncias presentes àquela distância do Sol, Plutão tem um núcleo rochoso de silicatos, sobre o qual existiria um manto de gelo e material orgânico e uma superfície recoberta de água, metano, nitrogênio e óxido de carbono congelados.

O principal elemento na atmosfera de Plutão pode ser o nitrogênio. A pressão atmosférica, assim como outros aspectos físicos desse planeta, lembram os valores encontrados para Tritão, a maior lua de Netuno.

Notáveis variações de brilho (albedo) foram detectadas pelo Telescópio Espacial Hubble, que em junho de 2005 encontrou mais duas luas em órbitas quase circulares em torno de Plutão. No ano seguinte os novos satélites foram denominados Nix e Hidra.

Curiosidades sobre Plutão
Na época da descoberta de Plutão foram sugeridos vários nomes, como Cronos ou Minerva. Mas quem sugeriu Plutão foi uma garotinha inglesa de onze anos chamada Venetia Phair, que se interessava tanto por mitologia quanto por astronomia.

Plutão foi considerado um planeta do Sistema Solar de 1930 a 2006, quando a União Astronômica Internacional decidiu incluí-lo numa nova categoria de objetos, os planetas anões, da qual também fazem parte Ceres (maior asteróide do cinturão principal) e Éris.

Visto de Plutão, o Sol é apenas a estrela mais brilhante entre todas as outras do céu. Acredita-se que um dia ensolarado nesse mundo é o mesmo que uma noite pálida de luar na Terra.

Estima-se que a temperatura na superfície de Plutão atinja os inconcebíveis 230°C negativos. Frio o bastante para que sua própria atmosfera congele, reaparecendo somente quando o planeta atinge o periélio, o ponto de maior aproximação com o Sol, que ocorre aos 4,42 bilhões de quilômetros do astro-rei.

Caronte é a maior lua de Plutão, com 1/8 da sua massa (a maioria dos satélites são milhares ou milhões de vezes menos massivos). Quando Plutão considerado planeta, essa era a maior correlação de massa do Sistema Solar. Agora esse número pertence ao sistema Terra-Lua, com 1/81.

Estudos indicam Nix e Hidra se originaram do formidável impacto que criou Caronte, há bilhões de anos. Isso sugere que outros objetos do Cinturão de Kuiper também poderiam abrigar satélites múltiplos – e o próprio Plutão teria anéis de matéria fragmentada. Nada mais que escombros lançados da superfície das minúsculas luas.

Plutão e suas três luas são membros do Cinturão de Kuiper, um grupo de objetos situados entre 5 e 8 bilhões de quilômetros do Sol. A maioria deles são pequenos asteróides. Éris e Plutão são planetas anões.

Se as medidas estiverem corretas, o período de rotação de Caronte coincide com a rotação de Plutão: um caso único no Sistema Solar. Caronte seria um satélite geoestacionário de Plutão.


Fonte: http://www.zenite.nu/

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Netuno, o último dos gigantes


No caderno de anotações de Galileu consta a curiosa observação de uma estrela que ele chamou de Fixa. Isso foi em 28 de dezembro de 1612. Alguns dias mais tarde Galileu voltaria a observá-la, e dessa vez teria como referência uma outra estrela, que chamou de a.

Analisando suas notas, hoje guardadas na biblioteca de Florença, percebemos que Galileu reparou algo essencial: Fixa estava se aproximado de a. Mas infelizmente, nos dias que se seguiram o tempo não permitiu a continuidade das observações e Galileu perdeu as estrelas de vista.

Foi assim que, por um triz, Galileu não descobriu que Fixa era, na verdade, o planeta Netuno. O último dos planetas gigantes do Sistema Solar ainda teve de esperar até 23 de setembro de 1846, quando foi descoberto por Johann Gottfried Galle, no Observatório de Berlim.

Frequentemente os créditos dessa descoberta vão para o inglês John Couch Adams e o francês Urbain Le Verrier, que não o observaram, mas previram a sua existência matematicamente.

Composição e atmosfera
O NÚCLEO DE NETUNO é bastante semelhante ao de Urano, consistindo num amálgama de silício, ferro e outros elementos pesados, mas com propriedades físicas diferentes das rochas comuns.

Acima do núcleo há um manto gelado de água, metano e amoníaco sobre o qual se estende uma camada mais externa, a atmosfera propriamente dita.

Essa atmosfera contém proporções variadas de microscópicos cristais de gelo, cuja composição ainda não foi esclarecida. A luminosidade do planeta varia ligeiramente com o ciclo de atividade solar, sendo que os períodos de máximo coincidem com uma redução do brilho.

A belíssima cor azulada característica de Netuno deve-se ao metano, que absorve a radiação vermelha. Em sua atmosfera notam-se, ainda, nuvens cirros prateadas que se estendem por milhares de quilômetros.

Curiosidades sobre Netuno
Netuno é o nome latino de Poseidon, deus dos mares da mitologia grega. Sua cor azulada, como as águas de uma praia tropical, ajuda a recordar o seu nome, evitando confundir com o vizinho Urano, mais esverdeado.

Uma poderosa fonte interna de calor – que emite quase o triplo da energia recebida pelo Sol – garante os movimentos convectivos da atmosfera de Netuno, responsáveis pelos ventos mais velozes de todo o Sistema Solar, por volta de 2.000 km/h.

Em Netuno existe um ciclone maior que a Terra chamado Grande Mancha Escura. Ele leva 10 dias para completar uma rotação em torno do planeta, no sentido anti-horário. No centro desse gigantesco furacão uma grande massa de nuvens brancas lhe dá a aparência de um olho gigante.

Fonte: http://www.zenite.nu/

Urano, um reino por um planeta


Em 1781 o famoso astrônomo britânico William Herschel descobriu o planeta Jorge. Jorge?! Que planeta é esse? É que Herschel havia dedicado sua descoberta ao então soberano da Inglaterra, o rei Jorge III. É claro que, por motivos políticos, muitos países protestaram contra essa decisão. Mesmo assim, durante muito tempo chamou-se o novo astro de Georgium Sidus ou, simplesmente, a "Estrela de Jorge".

Quase setenta anos mais tarde, por volta de 1850, a comunidade científica finalmente aceitou o óbvio: o sétimo planeta – depois de Júpiter e de Saturno – seria chamado Urano. Assim, o Sistema Solar refletiria a ordem cronológica sugerida pela mitologia greco-romana. Pois Urano, a personificação dos céus, é pai de Saturno e avô de Júpiter.

Composição e atmosfera
É BASTANTE PROVÁVEL QUE O NÚCLEO de Urano consista num amálgama de silício, ferro e outros elementos pesados, mas com propriedades físicas diferentes das rochas comuns.

Acima do núcleo, um manto gelado de água, metano e amoníaco, sobre o qual se estende a camada mais externa, uma atmosfera rarefeita composta de gás hidrogênio e metano, muito provavelmente acompanhados de hélio, com temperaturas entre -150°C e -200°C.

Curiosidades sobre Urano
Herschel também descobriu dois satélites de Urano e outras duas luas foram encontradas pelo astrônomo inglês William Lassel. O filho de Herschel propôs os nomes Ariel, Umbriel, Titânia e Oberon, os primeiros satélites naturais cujos nomes não se originam da mitologia greco-romana. São, na verdade, personagens da literatura inglesa.

A presença de hidrogênio e metano na atmosfera é responsável pelos tons esverdeados e azulados de Urano, que apresenta uma aparência uniforme, com umas poucas nuvens esbranquiçadas.

Por causa da grande inclinação do eixo de rotação, quase paralelo ao plano de sua órbita, os pólos de Urano se aquecem mais que as regiões equatoriais.

O eixo do campo magnético de Urano também possui a maior inclinação de todo o Sistema Solar, 55° em relação ao eixo de rotação. A origem desse campo é a mesma dos demais planetas: uma massa fluida, condutora, em contínuo movimento devido ao movimento de rotação.

Em 1977 descobriu-se quase por acaso um sistema de anéis em volta de Urano, depois confirmado pela sonda Voyager 2. Não tão belos e brilhantes quantos os de Saturno, mas em seu interior foram encontrados nada menos que 18 satélites, chamados pastores, que governam as órbitas dos anéis mais finos.

Fonte: http://www.zenite.nu/

Saturno, o senhor dos anéis


Pergunte a qualquer um: qual o planeta mais bonito do Sistema Solar? Talvez alguns digam que é a Terra, esse pequeno mundo azul maltratado por uma espécie que vive aqui há menos de dois milhões de anos. Mas a maioria, principalmente os que já tiveram a oportunidade de ver imagens reais dos planetas, dirá que é Saturno.

Em parte pelo seu tamanho, quase tão grande quanto Júpiter; em parte pelo magnífico conjunto de anéis brilhantes, quase um símbolo da Astronomia planetária.

Composição e atmosfera
SATURNO POSSUI UMA COMPOSIÇÃO média parecida com a do Sol. Uma diferença é que o modelo atualmente aceito para sua estrutura interna apresenta um núcleo rochoso composto por óxidos de ferro e magnésio, silício e sulfureto de ferro, entre outros (totalizando até 25% da massa).

Cerca de 50% de seu raio é ocupado por hidrogênio metálico líquido, que só existe sob pressões milhões de vezes superior à pressão ao nível do mar. Acima desta camada, um invólucro de hidrogênio molecular e hélio estende-se até os limites visíveis da atmosfera de Saturno.

Em Saturno, os ventos que sopram na direção leste são muito mais rápidos que o mais poderoso furacão da Terra, movendo-se com até 70% da velocidade do som. Em nosso planeta, a proximidade com o Sol é a fonte de calor necessária à circulação dos ventos.

No caso de Saturno, há uma fonte interna de calor, o que também explica porque emite o dobro da radiação infravermelha que recebe do Sol. Provavelmente conseqüência da compressão do hélio nas regiões centrais da atmosfera.

Curiosidades sobre Saturno
Os anéis de Saturno são formados por uma miríade de cristais de gelo e rocha, pequenos como grãos de arroz ou grandes como uma casa. Toda a estrutura tem cerca de 275 mil quilômetros de largura, mas não ultrapassa 1 km de espessura.

O brilho dos anéis é devido ao reflexo da luz nos cristais de gelo. Sua estabilidade é garantida, em parte, pelos satélites pastores, que desempenham complexas relações de equilíbrio. Mimas, por exemplo, é responsável pela falta de matéria na divisão de Cassini, e Pan, pela divisão de Encke.

A origem dos anéis não está plenamente esclarecida: caso tenham sido formados junto ao planeta não são um sistema estável e o material precisará ser reposto periodicamente, ou desaparecerão um dia.

No volume ocupado por Saturno cabem 760 Terras com folga. Porém sua massa é apenas 95 vezes maior que a terrestre, o que resulta numa densidade menor que a da água. Resultado: se fosse possível colocar o planeta numa enorme piscina ele flutuaria!

A baixa densidade também pode ser confirmada por outra característica notável de Saturno: ele é o planeta mais achatado de todo o Sistema Solar. O diâmetro polar é 10% menor que o equatorial. O mesmo fenômeno ocorre em Júpiter, mas a diferença é de 6%.

Enquanto se passa um ano em Saturno, na Terra você envelheceu quase 30 anos. O planeta fica, em média, 9,5 vezes mais longe do Sol do que a Terra, por isso recebe quase 100 vezes menos luz e calor que a Terra.

Durante alguns anos acreditou-se que Titã seria a maior lua de Saturno e também de todo o Sistema Solar. Essa hipótese foi baseada em medidas feitas por telescópios na Terra, considerando a densa atmosfera de Titã. Coube à Voyager 1 devolver o título de maior satélite para Ganimedes, de Júpiter.

Júpiter, quase uma estrela


O planeta Júpiter é o maior entre todos do Sistema Solar. E ele ganha disparado. Se fosse oco, dentro dele caberiam todos os outros planetas ou mais de 1.300 mundos iguais ao nosso. Se fosse chato como um disco, seriam necessários quase doze diâmetros da Terra para cobri-lo de ponta a ponta.

Júpiter é um globo multicolorido de gás, 85% hidrogênio, o elemento químico mais abundante e mais simples do Universo, com apenas um elétron e um próton. O hidrogênio é também principal constituinte de uma estrela. E por pouco Júpiter não se transformou numa delas.

Estrela Diet
AS ESTRELAS PRODUZEM ENERGIA através de uma reação chamada fusão nuclear. Dois núcleos de hidrogênio colidem, em altíssima velocidade, e se fundem num núcleo de hélio, liberando enormes quantidades de energia.

Para isso acontecer é preciso haver uma colossal massa desse gás, confinada de modo a atingir pressões e temperaturas extremas, que desencadeiam a reação nuclear.

Júpiter apenas não acumulou massa suficiente para se tornar uma estrela (na verdade, estima-se que seria necessário pelo menos dez vezes mais massa). Mesmo assim, 25.000 km abaixo do seu topo gasoso a pressão atinge a respeitável marca de 3 milhões de vezes a pressão na Terra ao nível do mar.

A hipótese de Júpiter ser “uma estrela que não deu certo” não é de todo um exagero. Na parte infravermelha do espectro, isto é, considerando freqüências abaixo da luz vermelha, Júpiter de fato se comporta como um sol.

É claro que a temperatura no topo das nuvens do planeta está abaixo de zero, mas é nas profundezas de sua atmosfera, onde a pressão é altíssima, que as coisas ficam realmente quentes.

Caso tivesse se tornado uma estrela de verdade viveríamos num sistema solar binário e as noites poderiam ser raras. Deve haver muitos mundos assim no Universo, pois estrelas duplas não são incomuns.

Composição e atmosfera
O MODELO DA ESTRUTURA DE JÚPITER baseia-se em medidas de densidade e propõe três camadas. Um núcleo compacto de rocha e gelo que corresponde a 4% da massa total, recoberto por uma camada de hidrogênio metálico, até uma distância de 0,7 do raio.

Uma transição entre essa camada e outra, formada por uma mistura líquida de hélio e hidrogênio molecular, é sobreposta pela atmosfera de Júpiter, composta por hidrogênio e hélio gasosos.

Também já foi detectado metano, amoníaco e um pouco de vapor d'água, além de etileno, acetileno e metano deuterado.
Curiosidades sobre Júpiter
Júpiter possui uma fonte interna de calor (não nuclear). Provavelmente procedente do colapso da matéria durante sua formação. No interior do planeta a temperatura alcança os 30.000°C, fluindo continuamente para o exterior.

Em apenas 9 h e 50 min Júpiter completa uma volta em torno de si mesmo e intensas correntes elétricas são geradas na camada de hidrogênio metálico. A eletricidade produz um poderoso campo magnético, 14 vezes mais intenso que o terrestre e que se estende para além de Saturno, mas é invertido em relação ao nosso. Lá, a agulha de uma bússola trava rapidamente sem oscilações, e onde indicar o Norte, não tenha dúvida, é o Sul.

Contudo, Júpiter possui uma rotação diferenciada, e os ventos ora vêm do leste, ora do oeste, entre outras direções alternativas, devido aos redemoinhos alimentados pelo gradiente térmico entre o equador e os pólos.

A ausência de atrito com uma superfície sólida permite que furacões como a Grande Mancha Vermelha, durem mais de três séculos. Ela é um redemoinho de alta pressão onde cabem duas Terras, elevando-se acima das nuvens ao redor. Porém, os ventos de direções contrárias que circulam acima e abaixo dificultam explicações satisfatórias para sua estabilidade.

Em 1979 as duas sondas Voyager descobriram um halo de poeira muito fino, que vai de 100 a 122 mil km do centro de Júpiter e um sistema de três anéis. O anel principal tem cerca de 6 mil km de espessura e se estende de 122 a 129 mil km do centro do planeta, englobando a órbita de duas luas, Adrastéa e Metis, (que são as fontes de partículas do anel). Dados recentes da sonda Galileo revelaram que um segundo anel muito tênue trata-se, a rigor, de um anel interno e outro externo, e ambos se estendem de 129.200 a 224.900 km do centro do planeta.

Ao contrário dos anéis de Saturno, formados por blocos massivos e brilhantes de rocha e gelo, os anéis de Júpiter são constituídos por uma poeira tão fina que seriam invisíveis para alguém que estivesse em seu interior.


Asteróides: os pequenos mundos



No início do século XIX, em Palermo, na pequena ilha da Sicília ao sul da Itália, o monge Giuseppe Piazzi (1746-1826) anunciou ter descoberto um novo planeta entre as órbitas de Marte e Júpiter. Ele o batizou com o nome de Ceres-Ferdinando, em homenagem à deusa protetora da Sicília, Ceres, e ao rei Ferdinando.

Era o ano de 1801 e Piazzi já estava muito velho, de forma que não conseguiu acompanhar o astro em suas novas observações e acabou perdendo-o. Muitos astrônomos da época tentaram reencontrá-lo, mas em vão.

O problema chamou a atenção de um jovem e brilhante matemático da época, chamado Gauss, que elaborou um método para localizar um corpo celeste a partir de uns poucos dados observacionais. Graças a ele Ceres foi reencontrado.

No ano de 1802 o Sistema Solar contava então com oito planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno (conhecidos desde a Antiguidade), Urano (descoberto em 1781) e Ceres.

Os planetas do Sistema Solar, no ano de 1802.

Contudo, este quadro não duraria muito e neste mesmo ano anunciou-se a descoberta de um novo planeta: Pallas. Em 1807 foi a vez de Vesta, até que, no ano de 1866 já haviam sido descobertos mais de 60 novos planetas entre Marte e Júpiter. Quantos planetas existiriam afinal?

O Sistema Solar como era conhecido no ano de 1866.

Logo percebeu-se que os novos astros não eram propriamente planetas, mas os corpos hoje conhecidos como asteróides, astros escuros, com formas variadas e percorrendo órbitas excêntricas e bastante inclinadas em relação à eclíptica, como é chamado o plano da órbita da Terra. Além disso eles não eram tão grandes quanto os planetas.


A maior parte dos asteróides subdivide-se em três categorias principais: os carbonáceos (ou tipo C), os siliciosos, (ou tipo S) e os metálicos (ou tipo M).

Cerca de 75% dos asteróides conhecidos são do tipo C e localizam-se nas regiões externas do cinturão, sendo também os menos reflexivos (menor albedo). A maior parte dos restantes é do tipo S.

Porém, nem todos se concentram no cinturão. Alguns formam grupos distintos e gravitam o Sol na mesma órbita de Júpiter, como é o caso dos Troianos, ou seguem órbitas altamente excêntricas, inclusive passando pelo Sistema Solar interior, como Eros.

Curiosidades sobre os asteróides
Ceres já foi considerado o maior asteróide do Sistema Solar, com seus 457 km de raio. Mas em 2001, astrônomos europeus descobriram um astro com cerca de 600 km de raio, no Cinturão de Kuiper. Tempos depois, em 2005, descobriu-se Éris – maior que Plutão, inclusive. As descobertas fizeram os astrônomos criar uma nova classe de objetos, os planetas anões, do qual hoje fazem parte Ceres, Plutão e Éris. Outros objetos, como o asteróide Varuna, com 450 km de raio, ainda são candidatos a essa nova categoria.

Apesar de se agruparem na região conhecida como Cinturão, a densidade dos asteróides não é elevada: um cubo com 100 milhões de km de lado contém, em média, apenas um único asteróide com mais de 100 km de extensão. E mesmo objetos menores ficam até alguns milhões de km distantes uns dos outros. Atravessar essa região não é tão crítico quanto poderíamos imaginar.

Segundo alguns pesquisadores, os asteróides poderiam semear a vida nos planetas (por exemplo, deixando na Terra microorganismos ou substâncias orgânicas elementares a partir das quais a vida evoluiu). Por outro lado, o impacto de um grande asteróide poderia resultar na completa extinção da vida. Segundo essa visão, os asteróides podem tanto criar quanto destruir.

Vesta é um dos asteróides mais espetaculares. Com aproximadamente 500 km de comprimento, ele pode ter sido formado por aglomeração de rochas menores e o seu interior talvez ainda esteja quente. Sua estrutura geológica, distinta de seus semelhantes e similar a de planetas como Terra ou Marte, levou alguns astrônomos a vê-lo como um quinto planeta rochoso.

A maioria dos meteoritos que caem na Terra têm origem nas colisões mútuas entre asteróides, muito comuns no passado e que ainda podem ocorrer hoje.

Fonte: http://www.zenite.nu/

Marte, a próxima parada


A área da superfície de Marte tem a mesma extensão que a de todos os continentes da Terra. Explorar esse planeta é como explorar o mundo todo. E já faz algum tempo que sondas automáticas estão sendo enviadas para investigar e mapear esse planeta, nosso vizinho na direção oposta ao Sol.

Certamente levará muitos anos até que se faça um reconhecimento completo. Este trabalho, audacioso e ao mesmo tempo fascinante, pode marcar a história do século 21, assim como a aviação e a astronáutica fizeram durante todo este século.

Marte é frio, quarenta graus a menos que a temperatura média da Terra. É árido, o panorama marciano é uma extensão pedregosa, às vezes vitrificada, uma crosta de sais minerais que sobrou após a evaporação da água que havia no solo.

Sua atmosfera é tão escassa em oxigênio quanto rica em anidrido carbônico, letal se respirado por um ser humano. Mesmo assim, talvez um dia nossos descendentes vivam em Marte, quase como nós, que herdamos o "novo mundo" dos exploradores do passado.

Composição e atmosfera
A CROSTA DE MARTE REPRESENTA QUASE 1% DE SEU RAIO, contra apenas 0,5% da terrestre, mas não está dividida em placas como na Terra. Marte deve ter se resfriado com um conseqüente aumento da espessura da crosta, que evoluiu de uma única placa.

As rochas marcianas são mais ricas em ferro e magnésio que as terrestres, mas pobres em potássio e alumínio. Sua típica coloração avermelhada se origina de óxidos de ferro, como a hematita, presentes em sua superfície.

Marte tem uma fina camada atmosférica composta principalmente por dióxido de carbono, e também alguns traços de nitrogênio, argônio, oxigênio e vapor de água. A baixa densidade permite que a superfície de Marte seja continuamente bombardeada por radiações solares, que não são absorvidas.

O céu de Marte também tende para o vermelho por causa da poeira em suspensão. Nele ainda se observam nuvens, formadas por água e dióxido de carbono – lembrando as cirros terrestres. No entanto, sob as condições normais de temperatura e pressão locais não chove em Marte. A água líquida é muito instável e se congela instantâneamente.

Curiosidades sobre Marte
Os povos antigos viam somente um único astro capaz de rivalizar com o brilho avermelhado de Marte. Era uma estrela brilhante da constelação do Escorpião, que ficou conhecida como Antares, ou anti-ares.

Apesar do clima atual, Marte já foi temperado, e existem muitas evidências da ação erosiva da água, que no passado deveria preencher os atuais leitos secos de rios, formando também lagos e talvez pequenos mares.

A estrutura mais espetacular em todo o planeta é, sem dúvida, o Monte Olimpo, a montanha mais alta de todo o Sistema Solar, erguendo-se 27 km acima das planícies à sua volta. Trata-se de um vulcão extinto com uma base quase circular de 600 km de diâmetro.

Marte possui dois pequenos satélites, Fobos e Deimos, cujos nomes significam, respectivamente, medo e terror. Segundo a mitologia, as criaturas que acompanhavam Marte em suas batalhas. Eles foram descobertos em 1877 e têm formas irregulares, percorrendo órbitas quase circulares ao redor de Marte, mostrando sempre a mesma face para o planeta, como a Lua.

Fobos e Deimos têm origem desconhecida. As notáveis diferenças de composição em relação a Marte tornam improvável uma formação contemporânea. E a hipótese de que seriam asteróides capturados também esbarra em sérias dificuldades.

Não é nada fácil chegar em Marte. Das quase quarenta missões já enviadas ao planeta, pouco mais de um terço atingiu plenamente seu objetivo. A primeira foi a Mariner 9, em 1971, e a mais recente está neste momento explorando a superfície marciana: a sonda Phoenix.

Por outro lado, nunca foram enviadas tantas sondas de exploração para um só lugar do Sistema Solar quanto para Marte. E não basta alcançá-lo. Queremos pousar e investigar a superfície. O aumento da complexidade leva a um inevitável maior risco de insucesso.

Fonte: http://www.zenite.nu/

Sistema Terra-Lua


Sob certo ponto de vista, não é incorreto afirmar que o terceiro planeta a partir do Sol é duplo, isto é, são dois planetas girando em torno de um centro comum de gravidade. Mas ao mesmo tempo podemos dizer que a Lua é um satélite da Terra!

O aparente paradoxo está na definição desses termos. Sempre que dois (ou mais) corpos celestes compartilham uma mesma órbita em torno do Sol chamamos o maior de planeta e o(s) outro(s) de satélite(s). Ainda que um deles seja só 1% maior que seu companheiro, teremos um planeta e um satélite.
O termo “planeta duplo”, contudo, ainda não foi bem definido, mas também tem a ver com a massa dos objetos. Normalmente um satélite tem milhares, às vezes milhões de vezes menos massa que seu planeta. No sistema Terra-Lua a correlação de massa é 1/81 (isto é, a Lua tem 81 vezes menos massa que a Terra).

A relação de massa entre Terra e Lua só perde para o sistema Plutão-Caronte, com 1/8 (os astrônomos geralmente concordam que Plutão e Caronte formam um sistema duplo). Porém, no nosso caso, o centro de gravidade do sistema fica no interior da Terra, ainda que não no centro do planeta (veja explicação a seguir), de forma que nem todos os astrônomos concordam com a classificação “planeta duplo” para Terra e Lua.

É possível que a descoberta futura de planetas extra-solares com luas e parecidos com a Terra forcem a uma definição mais formal desse termo.


Baricentro
Satélites proporcionalmente massivos forçam o planeta a girar em torno de um ponto denominado baricentro, que no caso do sistema Terra-Lua está localizado exatamente ao longo da linha que conecta o centro de massa da Terra com o centro de massa da Lua. A distância média entre esses centros é à distância Terra-Lua, ou seja, 384.405 quilômetros.

A distância do centro da Terra ao baricentro é de 4.641 km. Perceba que a Lua não gira em volta do centro de massa da Terra (ou mesmo de um ponto próximo). Ambos, Terra e Lua, giram em torno do baricentro, situado a 1.737 quilômetros abaixo da superfície terrestre (veja a gravura acima).

Se viajássemos numa nave espacial até uma certa distância veríamos Terra e Lua dançando como um par de bailarinos no espaço. Se fossemos ainda mais longe, de modo que toda a órbita terrestre pudesse ser contemplada, perceberíamos que a Terra não segue rigorosamente seu traçado orbital. Quem faz isso é o sistema Terra-Lua.
Mundos irmãos
HÁ MUITAS OUTRAS COISAS CURIOSAS a respeito do sistema planetário do qual fazemos parte. A distância da Lua a Terra é de aproximadamente 60 raios terrestres, maior que a grande maioria dos satélites próximos.

Conhecidas as massas e distâncias, é fácil calcular as atrações gravitacionais que o Sol e os planetas exercem. Fazendo isso você descobrirá, para seu espanto, que no caso da Lua a atração do Sol é 2,2 vezes maior que a exercida pela Terra. Isto significa que se a Lua estivesse imóvel, iria cair na direção do Sol e não da Terra!

Se hoje ela gira em volta da Terra é porque já girava no passado – a Lua não é um corpo celeste capturado. Em termos de composição, origem e evolução, ela é semelhante a qualquer planeta terrestre.
A rotação da Lua em volta da Terra se dá num período de aproximadamente 27 dias. Seu percurso não é circular. A Lua ora fica mais perto, ora mais longe de nós, e algumas vezes está adiantada, outras vezes atrasada. No final acaba sempre mostrando a mesma face para a Terra, mas com uma pequena oscilação que nos permite ver um pouco mais que a metade, ou 59% da superfície lunar. É a chamada "libração óptica da Lua".

Fonte: http://www.zenite.nu/

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Vênus, a bela e a fera


Vênus é uma das doze divindades do Olimpo, na mitologia greco-romana. É representada por uma bela jovem cujos longos cabelos caem sobre seu corpo, escondendo as partes íntimas. Vênus é também o nome do planeta mais próximo da Terra e o segundo a partir do Sol.

Mas o planeta é um lugar infernal onde um ser humano não sobreviveria nem por um segundo. Sua densa atmosfera se estende por todo o planeta e esconde os detalhes de sua geografia dos telescópios óticos. Vênus e a Terra são igualmente opostos e irmãos.

Para começar, Terra e Vênus têm quase o mesmo tamanho e são planetas rochosos. Não fosse a pressão atmosférica (cerca de 90 vezes maior que a terrestre) e as temperaturas extremas (capazes de fundir o chumbo) até que seria possível caminhar normalmente em Vênus, pois a gravidade desse planeta também é quase idêntica a terrestre. Mas a atmosfera venusiana não tem a mesma transparência que a da Terra.

Composição e atmosfera
POR SEREM MUITO SEMELHANTES EM MASSA E VOLUME, provavelmente o interior de Vênus é como o da Terra, com um núcleo fundido de proporções parecidas, formado por ferro e níquel na ordem de 33%, recoberto por um manto de silicatos sobre o qual flutua a crosta.

A morfologia dos terrenos venusianos é bastante variada, e as rochas são semelhantes as rochas basálticas terrestres, embora as altas temperaturas do solo favoreçam alterações químicas nas mesmas.

O dióxido de carbono anidrido (CO2) é o gás predominante em Vênus, representando até 96,5% da atmosfera, o restante compõe-se de nitrogênio, monóxido de carbono, argônio e traços rarefeitos de vapor de água, oxigênio e dióxido de enxofre.

Acima das nuvens mais altas ainda há uma fina camada constituída por gotas de ácido sulfúrico. Esses componentes atmosféricos, por serem bastante pesados, respondem pela alta pressão na superfície. Caminhar em Vênus é como estar nas condições de um mergulhador operando a 1.000 m de profundidade.

O invólucro de gases irrespirável de Vênus produz um efeito estufa: a radiação solar que chega ao solo, e deveria ser refletida por ele, fica retida nas camadas atmosféricas, retornando à superfície sem dispersar-se e produzindo um tremendo aquecimento.

O hipotético mergulhador-astronauta não poderia ter em sua roupa qualquer elemento feito de chumbo, pois este se fundiria imediatamente. Sondas terrestres como a soviética Venera e a americana Pioneer Vênus passaram por essa experiência abrasadora, e nenhuma conseguiu sobreviver por mais de uma hora após tocar o solo venusiano.


Curiosidades sobre Vênus
Vênus realiza uma volta em torno de seu próprio eixo num período maior que o necessário para completar uma volta em torno do Sol. Pense bem acerca dessa afirmação: isso significa que um dia em Vênus é maior que um ano.

A rotação de Vênus se dá no sentido oposto à maioria dos outros planetas. Assim, em Vênus o Sol surge do Oeste e se põe no Leste.

Porém, a velocidade de rotação é muito lenta. Do nascer ao pôr-do-sol são quase 116 dias terrestres. Por outro lado, enquanto a nossa atmosfera leva cerca de 24 horas para dar a volta no planeta, acompanhando a rotação, em Vênus bastam 4 dias terrestres, contra os 243 de sua rotação completa. É a super-rotação da atmosfera, provocando ventos de altíssima velocidade.

Vênus reflete 2/3 da luz que recebe do Sol, um esplendor que lhe valeu o apelido de estrela-d'Alva. Povos antigos imaginavam tratar-se de dois astros: Lúcifer, a estrela da manhã, e Vésper, a estrela da tarde. Em latim, Lúcifer significa "o que leva a luz" e apenas na tradução cristã ele é associado ao mal. Mas afinal Lúcifer talvez fosse um nome mais apropriado para o planeta Vênus, um mundo mais próximo de uma visão do inferno que da personificação do amor.

A densa atmosfera de Vênus contribui para uma luminosidade escassa na superfície (como um dia nublado na Terra). Mas a densidade não é homogênea e produz refrações múltiplas, originando várias imagens de um mesmo objeto: do solo de Vênus é possível ver dois ou três sóis.

A superfície de Vênus foi inteiramente mapeada por radar, revelando duas regiões que poderiam ser chamadas de continentes, pois estão acima do nível médio do terreno. Numa região chamada Terra de Ishtar (que significa Vênus para Assírios e Babilônios) ficam os Montes Maxwell, com 11.000 m, e na Terra de Afrodite, maior que o continente africano, há imensos canyons com até 280 km de largura.

É provável que tenham existido oceanos em Vênus num passado remoto. A fúria de um Sol ainda jovem fez evaporar esses mares e expôs as rochas então submersas, liberando dióxido de carbono e dando início a um contínuo processo de aquecimento. Toda a água da superfície acabou desaparecendo.
Fonte:

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terça-feira, 6 de julho de 2010

Um estranho mundo chamado Mercúrio


Em certas épocas do ano o planeta Mercúrio pode ser visto baixo no horizonte leste, pouco antes do Sol nascer. Em outras ocasiões estará do lado oeste, permanecendo por pouco tempo depois que o Sol já se pôs. Na Antiguidade, os gregos acreditavam que se tratava de dois astros distintos e deram ao primeiro o nome de Apolo, o deus da luz, da razão e da inspiração. O que surgia no final da tarde foi chamado Hermes, o mensageiro do Olimpo, deus da comunicação e patrono dos comerciantes.

Em latim, Hermes é denominado Mercúrio e este é o nome que permaneceu para designar o primeiro planeta do Sistema Solar, o mais próximo do Sol. Ao longo da história, ele foi observado sucessivamente por egípcios e árabes, por Copérnico e Galileu, entre muitos outros, mas desde que passamos a enviar naves espaciais para investigar o espaço, há menos de 50 anos, Mercúrio foi visitado uma única vez por uma sonda americana chamada Mariner 10.

Composição e atmosfera
OS DADOS OBTIDOS PELA MARINER 10 permitiram determinar a composição geológica do planeta. Mercúrio possui um manto de silicatos ao redor de um núcleo fundido, ocupando cerca de 3/4 de seu próprio diâmetro.

A densidade muito elevada, mais de cinco vezes a da água, e a presença de um campo magnético, só são satisfatoriamente explicadas supondo que ferro e níquel ocupem 65% da massa de Mercúrio. Ele seria o planeta mais denso de todo o Sistema Solar.

Apesar disso, sua pouca gravidade não foi capaz de reter uma atmosfera primordial, que se dispersou pelo espaço também por causa dos fortes ventos solares. Contudo, em 1973, a Mariner 10 detectou um pequeno invólucro muito rarefeito de gases, constituído principalmente por oxigênio, sódio, hidrogênio, hélio e potássio.

Curiosidades sobre Mercúrio
▪ Apesar de ser o planeta mais próximo do Sol, Mercúrio não é tão quente quanto Vênus, que possui um formidável efeito estufa. Sem atmosfera, Mercúrio possui, no entanto, a maior variação de temperatura de todo o Sistema Solar, entre 430ºC no Periélio, na face iluminada, e -170ºC durante a noite (face escura).

▪ Mercúrio leva quase 88 dias terrestres para completar uma volta em torno do Sol. Para ter um ano tão curto é preciso viajar rápido (não é à-toa que é chamado o mensageiro dos deuses). No entanto, o planeta leva menos de 60 dias terrestres para completar uma volta em torno de si mesmo. Faça as contas: isto significa que dois anos em Mercúrio têm apenas três dias!

▪ Em relação à maioria dos outros planetas, a órbita de Mercúrio é uma elipse bem pronunciada. Assim, quando o planeta se aproxima do Sol, sua velocidade de translação é quase igual à rotação, produzindo um curioso efeito: visto de Mercúrio, o Sol pode nascer e se pôr duas vezes num único dia.

▪ O plano da órbita de Mercúrio é inclinado 7º em relação ao plano da órbita terrestre (ou plano da eclíptica). Quando fica entre o Sol e a Terra, geralmente Mercúrio se dirige para o Sul ou para o Norte, mas em 14 ocasiões por século, ele passa na frente do Sol, num fenômeno conhecido como trânsito solar.

▪ A maior estrutura na superfície é uma imensa cratera com 1.300 km de diâmetro, chamada bacia Caloris. Foi proveniente de um impacto tão violento que expulsou parte do manto de Mercúrio, criando picos de 2 km de altura e espalhando escarpas e fraturas até na face oposta do planeta.

Fonte: http://www.zenite.nu/

quarta-feira, 30 de junho de 2010

A família do Sol


No reino do faz de conta, o Sistema Solar é igualzinho aquele mostrado em velhos livros de Geografia. Todos os planetas girando em torno do Sol igualmente espaçados um do outro e num mesmo plano, com uma gigantesca arena.

A mesma coisa se vê com os satélites, cada qual em relação ao seu planeta. Os asteróides, restritos a uma faixa comportada entre Marte e Júpiter, formam uma barreira densa e perigosa para qualquer um que tente ultrapassá-la.

A realidade, contudo, é sensivelmente diferente. Os planos orbitais de cada planeta, inclusive o nosso, estão inclinados e não num mesmo plano. Como os planetas têm diferentes massas, algumas órbitas também ficam mais próximas que outras.

É possível atravessar o cinturão de asteróides sem nem mesmo ver um deles. Há satélites que giram no sentido oposto ao demais – e planetas cujos pólos são mais quentes que o equador. Existe um outro cinturão de asteróides depois de Netuno.

Sem falar em Plutão, Ceres e o recém descoberto Éris, que agora integram uma nova categoria, a dos planetas anões do Sistema Solar. Bem-vindo à verdadeira harmonia dos mundos. Conheça aqui, em detalhes, o novo Sistema Solar.

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